ROMANOS 12.1-2 A nova vida no serviço de Deus
1 "Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus. Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele".
A conversão e a
santificação são a renovação da mente; mudança, não da substância, senaõ das
qualidades da alma. O progresso na santificação é, morrer, mais e mais para o pecado,
e viver mais e mais para a justiça, é executar esta obra renovadora, até que é
aperfeiçoada na glória.
O grande inimigo desta renovação é conformar-se a este
mundo. Não caiam nos costumes dos que andam nas
luxúrias da carne, e se preocupam com as coisas terrenas. A obra do Espírito
Santo começa, primeiramente, no entendimento, e se efetua na vontade, nos
afetos e na conversação, até que há uma mudança em todo em que há a semelhança de
Deus, no conhecimento, na justiça e a santidade da verdade. assim, pois, ser
piedoso é apresentar-nos a Deus.
O modelo missionário
a ser seguido pela Igreja é o praticado pelo nosso Senhor Jesus Cristo.
As
características básicas da missão de Jesus Cristo foram: (1) Enviado pelo Pai,
como Seu representante na terra, a fim de revelar a Sua graça e demonstrar a
Sua justiça (Jo 1,12-14; Rm 3,21-26), Jesus viveu praticando a vontade do Pai,
sendo fiel a Ele e rejeitando o caminho de Satanás (Mt 4,1-11); (2) Ungido,
guiado e dirigido pelo Espírito Santo (Lc 4,18-21), de quem recebia a energia e
o poder para servir ao Pai e à humanidade, e em cujo poder foi ressureto (Rm
1,1-4); e (3) Encarnado como ser humano, dentro da cultura e sociedade judaicas
(Jo 1,1-11), e assumindo a condição de escravo, sendo obediente até a morte e
morte de cruz (Fp 2,5-11), Jesus tornou-se plenamente solidário com a
humanidade em sua necessidade e sofrimento, sem, porém, pecar (Hb 2,14-18).
A
pós-modernidade como a face “deste presente século” (Rm 12,1-2)
Assim como Jesus, enviado pelo Pai e ungido pelo Espírito, encarnou-se na sociedade e cultura de seu tempo, também a Igreja deve se encarnar na sociedade e cultura de seu próprio tempo. A cultura de nosso tempo é a forma de vida chamada de “pós-modernidade”. Como a cultura no tempo de Jesus, ela oferece oportunidades e desafios para a missão da Igreja. Seguindo o exemplo de Jesus, a Igreja deve se encarnar de forma crítica na pós-modernidade.
As duas características básicas da encarnação missionária são:
(a) o discernimento do Espírito (Cl 1,9-11), a fim de podermos distinguir entre
o pecado e a justiça, o certo e o errado, o bem e o mal, a verdade e o erro em
nossa cultura e sociedade; e (b) a compaixão (Mc 6,34), para podermos anunciar
o Evangelho da salvação às pessoas que estão escravizados pelos poderes do
pecado e da morte, e que caminham cegas, como ovelhas perdidas, sem pastor.
O desafio da fidelidade
1.1. A religiosidade peregrina e perambulante
A forma predominante da religiosidade pós-moderna é a da peregrinação. A
religião é vista pelas pessoas como um meio para conseguir resolver os
problemas que a ciência, a técnica e a política não conseguem resolver.
As
necessidades de saúde física, saúde emocional, amor e companheirismo não são
supridas adequadamente na sociedade pós-moderna. Por isso, as pessoas buscam
religiões que satisfaçam essas necessidades. Entretanto, como somente Jesus
Cristo pode satisfazer plenamente as necessidades humanas – e transformar o
nosso ser interior – a pessoa sedenta busca resposta nas várias religiões que
se apresentam no “mercado de bens simbólicos” – dá uma passeadinha pelo caminho
de São Tiago, toma um chazinho do Santo Daime, vai pedir a bênção da Mãe Tereza,
ou do Pai João, entrega um dinheirinho na ?????, pega uma agüinha benta na
Catedral ... etc etc etc.
A religiosidade pós-moderna não sabe o que é fidelidade, a não ser
a fidelidade ao interesse próprio, que pode ser chamada de egoísmo. E até no
meio evangélico já se começa a ver a penetração dessa perambulação pós-moderna,
com os crentes assistindo a todos os programas de TV e rádio, ouvindo todos os
CDs que consegue comprar, freqüentando todas as reuniões de diferentes igrejas, caindo até mesmo nas seitas etc. Onde houver uma oferta de bênção, aí também o crente estará. A fidelidade
a Deus começa em casa. Para
podermos dar testemunho aos peregrinos pós-modernos, precisamos aprender a
fidelidade, seguindo o exemplo de Jesus!
A pregação do Deus dinheiro e a
vida sacrificial
A outra face da religiosidade pós-moderna não tem “cara” de religião. Por isso
mesmo, é muito mais perigosa, porque muitos não a reconhecem. A religiosidade
pós-moderna tem como seu grande “deus” o dinheiro – seja na forma de Capital,
seja na forma de lucro, seja na forma de desejo dele – que cobra uma séria e
rigorosa disciplina sacrificial de vida. Para que as economias funcionem bem,
os países exigem “sacrifícios” de seus cidadãos (desemprego, apertar os cintos,
corte de gastos com saúde, educação, transporte, moradia; privatizações sem fim...),
e na expectativa de ter dinheiro para poder consumir, as pessoas se submetem ao
estilo de vida sacrificial exigido pelo Mercado. Nesse estilo de vida sacrificial,
a compaixão e a solidariedade não têm lugar.
É
cada um por si, e o “deus” dinheiro por todos. Só que o deus dinheiro e seu
profeta, o mercado, são deuses rigorosos que não conhecem a compaixão. Não
aceitam as pessoas que não conseguem competir e vencer. Eles as excluem – do
acesso à saúde, à moradia, à vida, à dignidade, e exigem total fidelidade –
mesmo excluída, têm de aceitar a sua condição e reconhecer o seu “pecado capital”. Quem não consegue
“vencer” é sacrificado no altar do lucro, da produtividade e da qualidade
total. Lembremo-nos do que ensinava Jesus: “ninguém pode servir a dois senhores...”
(Mt 6,24).
A fidelidade ao verdadeiro Deus
e o Seu povo
Somente
quando o povo de Deus se submete ao reinado de Deus e tem a Sua justiça como
critério de vida e missão, é que pode fazer frente ao caráter peregrino e
sacrificial da religiosidade pós-moderna. Neste tempo em que as informações
voam distâncias e tempo através dos satélites e televisões, rádios, Internet...
Neste tempo em que temos um volume de informações imenso, mas poucos sabemos
realmente de importante, é fundamental a fidelidade ao verdadeiro Deus.
Doutra
forma, nossa mensagem cairá no vazio do excesso de informações. As pessoas só
crerão no Deus verdadeiro se virem a Sua verdade amorosa, justa e compassiva em
ação na vida dos filhos e filhas de Deus. Como diz uma canção brasileira a
respeito do culto: “E ao sairmos daqui,
que poderemos fazer? Deixar que o
mundo veja em nós a Cristo e o Seu poder.”
Para fazer missão na
pós-modernidade, é preciso que nossa vida seja missionária, que nosso comportamento
seja semelhante ao de Jesus Cristo, que recusou todas as tentações satânicas,
todas as tentações de dinheiro, prestígio, consumo e poder, e foi fiel ao envio
do Pai, e submisso à direção do Espírito Santo. Como Jesus, precisamos conhecer a Palavra de Deus para vencer as
tentações (Mt 4,1-11).
depois continuaremos com esse assunto. fique na paz de cristo jesus. amem.